ENTRE A CAUTELA E O RISCO
Se o gato sobreviveu
por ser muito cauteloso,
tem no entanto um ponto fraco:
é por demais curioso.
Por isso, na Antiguidade,
já se dizia - e é fato -
que a curiosidade
foi que matou o gato.
E entre os dois sentimentos
vive o gato a hesitar
mas chega sempre o momento
em que ele escolhe arriscar.
O nosso gato - o Gatinho -
não constitui exceção:
as escadas do edifício
são para ele atração
realmente irresistível
e se alguém abre a porta,
escapa imperceptível.
Mas eis que a porta se fecha
e ele fica apavorado.
Entra em pânico e começa
a miar deseperado.
Logo, logo é acudido.
Volta pra dentro assustado.
Estaria arrependido?
Não se pode ter certeza.
É só ver a porta aberta
e ele repete a proeza.
Poema infantil de Ferreira Gullar, da série 'Um gato chamado Gatinho', extraído do livro 'Poesia Completa e Prosa', Lacerda Editores, Rio de Janeiro, 2008
Oi querida!
ResponderExcluirEspero que consiga a cadeirinha. Ela é uma graça, dá um chrame extra em qq ambiente.
Lindo o blog, lindo texto.
Um super beijo
Isa
que fofo...adoro poemas. Principalmente os mais simples e inocentes como esse. beijos, Dany
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